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A bola vai rolar na Câmara dos Deputados e Senado Federal. Não é o Campeonato Parlamentar Brasileiro. Nem a Copa do Mundo Legislativo. Tampouco, um bate-bola amistoso entre deputados e senadores, nos intervalos de um debate nas comissões ou de uma sessão e outra do Plenário.
O jogo é outro. A disputa também: poder de influência, crimes como fraudes, subornos, formação de quadrilhas, em competições grandiosas, dentro e fora do País.
Em campo, estarão duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Numa das Casas do Parlamento, os deputados instalaram a CPI da “Máfia do Futebol”, tendo à frente o ex-judoca brasileiro João Derley (PCdoB-RS).
Na outra, os senadores instalaram a CPI da CBF, capitaneada pelo ex-jogador da Seleção Brasileira, senador Romário (PSB-RJ).
O alvo são duas equipes fortes à frente da maior paixão dos brasileiros, e um dos esportes mais apreciados no mundo: a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Internacional de Futebol (no francês - Fédération Internationale de Football Association - FIFA).
O elenco das duas CPIs será reforçado por integrantes da Bancada Parlamentar da Região Nordeste no Congresso Nacional – que deram as suas assinaturas, esta semana, para criação das comissões.
Experientes e novatos, mesmo atarefados pelas discussões calorosas e tensas sobre o ajuste fiscal, terceirização, maioridade penal, escândalos da Petrobras (Operação Lava Jatos, reforma política e outros, os parlamentares demostram que estão em forma para mais um embate no campo político do Legislativo brasileiro.
CPI DA CBF
A CPI da CBF foi protocolada nesta sexta-feira, 29, na Secretaria Geral da Mesa do Senado, e além da instituição vai investigar o comitê organizador local da Copa do Mundo Fifa 2014. Romário conseguiu reunir 53 assinaturas.
A comissão será a sexta a funcionar no Senado Federal, terá 14 membros (07 efetivos) e 180 dias (seis meses) para apurar as possíveis irregularidades em contratos que envolvem a participação da Seleção Brasileiras em duas competições organizadas pela CBF: Copa da Confederações, em 2013; e a Copa do Mundo, em 2014.
CPI DA “MÁFIA DO FUTEBOL”
A CPI da “Máfia do Futebol” será quinta a funcionar na Câmara dos Deputados. Terá 120 dias (quatro meses). Mas é mais ampla em componentes - 30 membros (15 efetivos) e abrangente em conteúdo.
De acordo com o documento protocolado na Secretaria Geral da Mesa da Câmara, a CPI vai investigar e apurar as denúncias noticiadas no dia 27 de março deste ano, em que sete dirigentes da Fifa, “acusados de vários crimes, incluindo fraude, suborno e formação de quadrilha”, foram presos na Suíça.
Na justificativa os parlamentares lembram que a operação foi liderada pelo FBI em parceria com a polícia suíça “para averiguar o esquema de corrupção na entidade esportiva que, inicialmente, refere-se ao montante de U$ 150 milhões”.
O requerimento do deputado João Derley ressalta que há o envolvimento de três brasileiros, conforme o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. “Um deles, detido na operação desta manhã (28 de maio), é José Maria Marin, ex-presidente da CBF e atual vice-presidente da instituição”.
MARIN NAS DUAS CPIs
As duas CPIs, no entanto, se locupletam, quando entra em campo o mesmo personagem – José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Propenso a ser o investigado-mor no Senado, ele também estará entre os depoentes-alvos na Câmara.
O documento de Derley deixa claro que Marim será investigado por acordo envolvendo a Copa Brasil “além de subornos pagos por executivos de marketing esportivo relacionados à comercialização de direitos da mídia e marketing de diversas partidas da Seleção Brasileira e torneios organizados pela entidade”.
E afirma que há, ainda, “suspeitas de que o suborno envolva contratos assinados para a realização da Copa das Confederações 2014 e Copa do Mundo Fifa 2014”.
CONTAMINADO COM NEGOCIATAS
“São fartas as evidências de que o futebol brasileiro esteja contaminado com negociatas ilegais, como pagamento de propina para realização de contratos como, por exemplo, acusação que a empresa Traffic pagava a Marin e outros dois dirigentes da CBF R$ b2 milhões por ano pelos direitos de transmissão da Copa Brasil”, denuncia o deputado Derley.
Esta semana, o senador Romário disse no Plenário, que acredita “a gente realmente fazer um trabalho sério, corajoso e honesto, e que o resultado seja um só: que definitivamente o futebol brasileiro seja moralizado. Na verdade, dois resultados: que todos aqueles que praticaram crime nesses anos todo e se enriqueceram ilicitamente paguem pelos seus crimes, principalmente sendo presos”.
Nas arquibancadas dessas iniciativas dos parlamentares brasileiros, está a população, que nesses meses, como nos campeonatos estaduais e nacional, vai ficar na torcida – e vibrar freneticamente –, não por um espetáculo, mas um “show de bola” pela moralização do futebol do Brasil.
(Agência Política Real - Edição de Genésio Jr.)

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