Lideranças da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, associam a morte do índio Eusébio Ka'apor, da aldeia Xiborendá, à ação de madeireiros do município de Centro do Guilherme, localizado no oeste do estado.
Segundo o CIMI, Conselho Indigenista Missionário, Eusébio tinha 42 anos e foi morto no último dia 26. Ele estava na garupa de uma motocicleta, quando foi abordado por dois homens encapuzados. O indígena foi atingido por um tiro nas costas e morreu a caminho do hospital.
Para um morador da aldeia Xiborendá, que pediu para não ser identificado, o assassinato de Eusébio ocorreu devido a ações de autofiscalização e vigilância territorial pelos Ka'apor. Em março deste ano, todos os ramais de invasão madeireira da Terra Indígena Alto Turiaçu foram fechados.
De acordo com a coordenadora do Cimi no Maranhão, Rosana de Jesus Diniz, a violência contra os indígenas tem se intensificado depois do fechamento do último ramal madeireiro.
Rosana lamenta a lentidão das ações sobre denúncias de crimes ambientais praticados por invasores dentro do território indígena.
A CPT - Comissão Pastoral da Terra - também comentou em seu site o caso. A entidade declarou que a luta dos Kaapor em defesa do território desagrada madeireiros há algum tempo. Para a entidade, a política indigenista em curso no país é omissa no que tange ao cumprimento das diversas obrigações constitucionais e da efetivação dos direitos indígenas.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão divulgou nota informando que foi criado grupo especial para apurar as circunstâncias desse assassinato.
Por telefone, a assessoria de comunicação da Funai informou que não vai se pronunciar sobre a morte do índio, até que sejam concluídas as investigações.
Fonte: ebc
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